sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Renan Calheiros, um coronel da política!

Em "Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil", de Victor Nunes Leal, a conceituação de coronelismo se compagina com a ideia de um sistema calcado em uma rede nacional de poder, não sendo simplesmente um "fenômeno da política local" e nem um "mandonismo", tem a ver com todas as esferas de poder político local e nacional, em um "jogo de coerção e cooptação exercido nacionalmente" (LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. 7ª edição. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2012, p.6(prefácio)).

O "Falseamento de representação" reflete a imagem que o Brasil nos dá, nossas instituições estão a ruir em falseamentos. O Supremo Tribunal Federal possui excelência de conhecimento jurídico. Ocorre que, em suas últimas decisões, quedou por inerte ao contemplar a corrupção e não agir consoante os anseios da sociedade.

Renan Calheiros, Presidente do Senado e do Congresso Nacional do Brasil, permaneceu na mesma posição mesmo sendo réu em processo penal pelo crime de peculato. Uma vergonha nacional que em qualquer outro país do mundo não seria admitida.

O Presidente do Congresso é um coronel dos nossos tempos. Algo velho, mas que persiste, de tinhoso que é, porque a ignorância, maldade e arrogância venceram. 

A chancela judicial segue nos passos do coronelismo transmutado dos municípios para as cidades. É um fenômeno nacional que segue os mesmos passos do "jeitinho brasileiro de ser" da "sobranceria", da cordialidade entre poderes.

Há uma sanha desarrazoada, neste sentido, de fazer parecer normal uma pessoa ser acusada criminalmente, com provas robustas do feito, posto que assim não fosse jamais o Ministro Marco Aurélio teria concedido a liminar para afastar do poder o dito criminoso Renan.

O Supremo agiu mal, calou-se diante da injustiça. Concedeu a permanência a um bandido, no assento mais alto de um dos mais importantes dos três poderes da República deste país, o Legislativo.

Devemos nos envergonhar de sermos tão mal representados no parlamento e de tanta qualidade jurídica ser posta a prova e constatada como "acovardada", consoante ensinamentos de Luiz Inácio Lula da Silva.     

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