Grande sociólogo/filósofo, Zygmunt Bauman, alerta para o pensamento ora em vigor, a liquidez das relações interpessoais e a destruição da humanização do indivíduo.
Ocorre, na visão desse grande pensador, o que chamamos fluidez dos laços que unem os seres humanos. Basicamente vivemos para o consumo e não visualizamos mais as pessoas. Os relacionamentos tornaram-se voláteis ao ponto em que não há mais conexão real entre pessoas. Há uma coisificação dos relacionamentos.
As redes sociais são exemplos de como a vida privada se tornou pública ao mesmo tempo em que destruiu relacionamentos físicos que são facilmente substituídos ou dissolvidos.
"(...) a vida social já se tornou em vida eletrônica ou cibervida, e a maior parte dela se passa na companhia de um computador, um iPod ou um celular, e apenas secundariamente, ao lado de seres de carne e osso, é óbvio para os jovens que eles não têm sequer uma pitada de escolha. Onde eles vivem, levar uma vida social eletronicamente mediada não é mais uma opção, mas uma necessidade do tipo 'pegar ou largar'. A 'morte social' está à espreita dos poucos que ainda não se integraram ao Cyworld (...)". (BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2008, p. 6).
O ser humano visto como mercadoria é muito assustador. Somos apenas números? Vivemos em um mundo que para sermos e, logicamente, reconhecidos, pois o ser só é se for reconhecido, devemos ser consumidores o que esbarra frontalmente no "direito a não consumir" que se traduz em um direito da personalidade, contudo, o que se vê é que "o ato de consumir tem sido visto como um dever, e o valor da pessoa natural é ditado pelo consumo". (Filipe de Souza Sickert. Direito a Não Consumir: fundamentos para uma nova ética do consumo. 2011. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Direito/UFMG. Abril de 2011, pdf).
Assim se configura o nosso novo mundo do consumo líquido e instável. Na medida em que não damos visibilidade de nossas vidas na "rede mundial de computadores", somos esquecidos, rejeitados porque não fazemos parte do consumo adrede aceito.
Essa "sociedade confessional", em atributo a Dionísio, ao narcisismo intrínseco de pessoas com personalidade capenga, fez com que a superexposição dos usuários em rede cedesse lugar ao cibercrime, em uma aldeia global perigosa e repleta de delitos.
Não obstante, "os sistemas informáticos estão sendo usados para rejeitá-las de maneira mais eficaz, dependendo de seu valor para a companhia a que estão ligadas". (BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2008, p. 6).
Nesse sentido, buscam tais sistemas um meio de "peneirar" clientes valiosos e "indesejáveis" para as empresas, buscando "excluir" estes últimos em decorrência de sua carência de recursos financeiros para adquirir os produtos que eles ofertam.
"Eles precisam de uma forma para alimentar o banco de dados com o tipo de informação capaz, acima de tudo, de rejeitar os 'consumidores falhos' - Essas ervas daninhas do jardim do consumo, pessoas sem dinheiro, cartões de crédito e/ou entusiasmo para compras, e imunes aos afagos do marketing. Assim, como resultado da seleção negativa, só jogadores ávidos e ricos teriam a permissão de permanecer no jogo do consumo". (Idem, p. 7)
Tornamo-nos mercadorias, tanto enquanto consumidores alienados quanto em nossas atividades laborais cotidianas. Atuamos com marketing nos vendendo, não somente os produtos, objetos, mas a nós mesmos.
"São, ao mesmo tempo, os promotores das mercadorias e as mercadorias que promovem. São, simultaneamente, o produto e seus agentes de marketing, os bens e seus vendedores".(Idem, p. 8)
Assim se desenvolve a liquidez da vida, em um mundo dominado pelo mercado volátil que precisa se reinventar a todo momento, contudo não se desapegando do egoísmo, um individualismo sem precedentes de uma "sociedade de consumo", em que o outro é esquecido. As relações interpessoais humanas se destroem por total apatia ao altruísmo, reforçando a tese de que há um perigo iminente, relativamente ao corpo social humano que se dissolve a cada dia, num mundo marcado pelo consumismo e pela indiferença quanto ao próximo.
O ser humano visto como mercadoria é muito assustador. Somos apenas números? Vivemos em um mundo que para sermos e, logicamente, reconhecidos, pois o ser só é se for reconhecido, devemos ser consumidores o que esbarra frontalmente no "direito a não consumir" que se traduz em um direito da personalidade, contudo, o que se vê é que "o ato de consumir tem sido visto como um dever, e o valor da pessoa natural é ditado pelo consumo". (Filipe de Souza Sickert. Direito a Não Consumir: fundamentos para uma nova ética do consumo. 2011. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Direito/UFMG. Abril de 2011, pdf).
Assim se configura o nosso novo mundo do consumo líquido e instável. Na medida em que não damos visibilidade de nossas vidas na "rede mundial de computadores", somos esquecidos, rejeitados porque não fazemos parte do consumo adrede aceito.
Essa "sociedade confessional", em atributo a Dionísio, ao narcisismo intrínseco de pessoas com personalidade capenga, fez com que a superexposição dos usuários em rede cedesse lugar ao cibercrime, em uma aldeia global perigosa e repleta de delitos.
Não obstante, "os sistemas informáticos estão sendo usados para rejeitá-las de maneira mais eficaz, dependendo de seu valor para a companhia a que estão ligadas". (BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2008, p. 6).
Nesse sentido, buscam tais sistemas um meio de "peneirar" clientes valiosos e "indesejáveis" para as empresas, buscando "excluir" estes últimos em decorrência de sua carência de recursos financeiros para adquirir os produtos que eles ofertam.
"Eles precisam de uma forma para alimentar o banco de dados com o tipo de informação capaz, acima de tudo, de rejeitar os 'consumidores falhos' - Essas ervas daninhas do jardim do consumo, pessoas sem dinheiro, cartões de crédito e/ou entusiasmo para compras, e imunes aos afagos do marketing. Assim, como resultado da seleção negativa, só jogadores ávidos e ricos teriam a permissão de permanecer no jogo do consumo". (Idem, p. 7)
Tornamo-nos mercadorias, tanto enquanto consumidores alienados quanto em nossas atividades laborais cotidianas. Atuamos com marketing nos vendendo, não somente os produtos, objetos, mas a nós mesmos.
"São, ao mesmo tempo, os promotores das mercadorias e as mercadorias que promovem. São, simultaneamente, o produto e seus agentes de marketing, os bens e seus vendedores".(Idem, p. 8)
Assim se desenvolve a liquidez da vida, em um mundo dominado pelo mercado volátil que precisa se reinventar a todo momento, contudo não se desapegando do egoísmo, um individualismo sem precedentes de uma "sociedade de consumo", em que o outro é esquecido. As relações interpessoais humanas se destroem por total apatia ao altruísmo, reforçando a tese de que há um perigo iminente, relativamente ao corpo social humano que se dissolve a cada dia, num mundo marcado pelo consumismo e pela indiferença quanto ao próximo.
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