quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Trump vs Biden: O primeiro debate entre os candidatos a presidência da república dos EUA 2020!

Donald Trump tem um ar arrogante, narcisista, um distanciamento que o faz imprevisível, palavras agressivas e ataques que coincidem com sua vontade de ser um político reconhecido. Possui qualidades que o habilitam à reeleição. 

Fato é que nas eleições de 2016, o "outsider" Trump não parecia uma grande personalidade, mas sim um azarão, um desastre! Ocorre que a sua opositora, na ocasião, não fora competente e perdeu o pleito de maneira inacreditável.

Donald Trump travou, nesta terça-feira, um debate político contra o seu rival Joe Biden em que as acusações de malfeitos partiam de ambas as partes. Biden acusou Trump de sonegar impostos, Trump rebateu alegando o desconhecimento de Biden acerca do assunto, chamando-o de "burro", nestes termos. Alegou que Biden é um "carreirista" da política, que em 45 anos de exercício político fez menos do que Trump em 45 meses. 

Trump atacou a moral da família de Biden e este mandou Trump calar a boca. Chamou-o de palhaço. Enquanto Trump exaustivamente interrompia a Biden, sequestrando a sua amigdala, fazendo com que ele perdesse sua linha de raciocínio. O que eventualmente funcionou, até mesmo por causa da idade de Biden e de sua evidente falta de retórica.

Um político sem retórica não consegue agir no cenário político. Quando o poder de convencimento está atrelado a ideologias sem nexo (comunismo) e que promovem arruaças e vandalismos, até mesmo mortes, não consegue angariar o status de veraz!

As acusações de Biden de que Trump é o responsável pelas mortes causadas pelo vírus chinês, de que o mesmo é a favor de supremacistas brancos e de que é um conspiracionista lunático, terraplanista, faz com que não concordemos com Joe por ocasião de que o jogo político não se liga a acusações infantis, mas atitudes.

Os movimentos do "black lives matter" e dos "antifas" nos EUA são visivelmente antidemocráticos, posto que priorizaram a violência em detrimento do diálogo. Defender isso é defender a patifaria. Óbvio que "vidas negras importam"! Não somente estas, mas as de todos os demais. Não é esse o ponto. Politizaram a questão. Dividiram o povo nesse sentido. Certamente que há questões históricas envolvidas, mas introduziram essas questões na atividade política do atual presidente americano. Como se este fosse o responsável pelo racismo naquele país, isso não acontece. É "fake news". É mentira!

Como que Biden quer se locupletar da própria torpeza? Como que ele fala que Trump é um mentiroso se Biden é que espalha as mentiras?

Na minha opinião, Trump agiu estrategicamente. Venceu o debate. Não deixou o seu opositor falar e ainda o expôs. Fato que deixou Biden visivelmente perturbado com a prosa. O jogo político é sujo, mas é o que faz ganhar uma eleição. Se Trump fosse o "esculhambado" não conseguiria vencer qualquer eleição. Porém, o seu tom agressivo, cínico, fez com que tivesse assento na Casa Branca. Políticos, líderes reconhecidos e aceitos, têm um quê de sociopatia, isso não é olvidável. 

Enquanto Biden não aprender a malandragem política, não vencerá. O povo não quer o bonzinho, o certinho. Quer um líder forte que lide com questões de Estado. Trump tem feito isso de maneira muito competente. Não estamos aqui a falar de seu caráter e sim do que ele tem feito pelos EUA. 

À essa altura da vida, Biden é candidato à aposentadoria e não ao cargo político máximo dos EUA.

      

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

O Curioso Caso Das Leis que Não Pegam!

Entre tantas situações que ocorrem no plano dos fatos, ocorrem aquelas que são "juridicizadas", isto é, a norma incide sobre aquele plano transformando-o em fato jurídico, porquanto a lei que é  norma cogente, não requer a vontade das partes envolvidas, "mandadas" a realizar ou não tal ou qual conduta, possui força normativa a ser respeitada.

O curioso caso das leis que não pegam vem a nos alertar para uma condição de "anomia" das relações jurídicas vigorantes. Alerte-se para o exemplo do último domingo em que Palmeiras e Flamengo entraram em campo, mesmo afrontando normas sanitárias que deveriam ser respeitadas por ocasião do vírus chinês que fez com que 19 atletas do "mais querido" estivessem infectados com o maldito vírus.

Ora, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Superior Tribunal de Justiça Desportivo (STJD) negaram ao apelo do Clube de Regatas do Flamengo (CRF) de suspender a referida partida de futebol contra o Palmeiras, por entender que o seu famigerado regulamento estaria acima de normas sanitárias, leis de caráter geral, "cogentes"!

A justiça do trabalho foi acionada, alegaram os autores (Sindicato dos Atletas do Rio de Janeiro e não o Flamengo, este na qualidade de réu, diga-se de passagem) que isso malfere as normas sanitárias e acertadamente o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro concedeu a suspensão da partida em caráter liminar. Até aí vimos o judiciário funcionando de maneira correta. Aplicando a norma. Conferindo a ela força normativa. "A lei pegou"!

A partir daí, comentaristas de futebol, um abobalhado presidente de um clube mineiro de futebol, palpiteiros de plantão e narradores esportivos, destilaram o seu veneno, sem o menor pudor, contra o clube de futebol que mais tem torcida no país, quiçá no mundo. Afirmaram que "o mais querido" tem que ser expulso do futebol brasileiro, que tem que ser rebaixado, que é um clube que promove a discórdia, um "cagão" por não querer jogar e etc...

Foram tantos os adjetivos, tanto "ódio do bem" (só que não) que assistimos a uma grande demonstração de que o curioso caso das leis que não pegam se aplica ao judiciário também, só que, pior ainda, em última instância. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) derrubou, em última hora, a liminar concedida pelo TRT.

Uma tremenda aberração! Como que um clube de futebol pode jogar nestas condições? Isso poderia ser considerado um crime, por ocasião de colocar vidas em risco. Quem garante que não são todos os atletas do Flamengo que estão contaminados? Na dúvida, as autoridades sanitária recomendam que não haja o jogo porque há um risco real de infecção. E se os atletas do Palmeiras ficarem doentes, se eles contraírem o vírus chinês, e; pior, se qualquer um deles morrer em virtude disso? Responsabilizarão o Flamengo?

Esse país é uma bagunça mesmo. O curioso caso das leis que não pegam é uma demonstração de que não há respeito ao correto uso das normas. As leis estão apenas em papéis, o grande desafio é fazer com que sejam cumpridas. Os ministros do TST esqueceram do que aprenderam nas faculdades de direito. Colocaram um regulamento de uma entidade esportiva acima de uma lei aprovada pelo Congresso Nacional que possui caráter geral, cogente e independe da vontade de qualquer pessoa, até mesmo dos dirigentes da CBF que há muito esqueceram das boas práticas e da ética!       

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Redes Sociais, Espionagem e Furto do Tempo!

Recentemente assisti a um documentário da Netflix, bem interessante, acerca das redes sociais e dos perigos que acarretam fazer parte de tais grupos. Chama-se: "O  Dilema das Redes". Tal documentário, afirma que as redes sociais têm dividido pessoas e espalhado as famigeradas "fake news", promovendo o caos social, invadindo a privacidade dos participantes, furtando o seu tempo e espionando a sua vida. Acusa-se que somos como mercadorias, posto que se não pagamos para ter acesso a essas ditas "redes", então somos o produto. 

Nossas informações são mercadorias valiosas no mundo dos dados. A relevância de se obter informações acerca de todos nós participantes dessas redes faz com que sejamos reféns de bandidos digitais e de grandes empresas que lidam com publicidade, assim estaríamos correndo um exagerado risco ao nos cadastrarmos nos grupos das redes sociais, posto que nossas informações seriam vendidas aos anunciantes, estes sim financiam aos donos multibilionários das ditas redes sociais.

O documentário fez alusão à ameaça ao "status quo democrático" (ou seria demagógico?) que vigorava antes das ditas redes sociais. Há um quê de revanchismo na narrativa do documentário, posto que assevera que não estamos a viver em uma democracia, porquanto os candidatos de partidos de direita vêm angariando vitórias em eleições. São denominados extremistas, tais candidatos, pertencentes à "extrema direita" que visam a dividir as pessoas e promover o caos social.

Ouso discordar desta narrativa. Há muitos anos não vimos, em lugar algum do mundo, uma democracia realmente participativa. Diversamente do que quer dizer o senhor documentarista do encimado documentário, a democracia realmente tem funcionado de maneira efetiva. A tentativa de fazer com que as "fake news" promovam o descrédito das democracias vigorantes, não é senão uma verdadeira "fake news", porquanto a mentira faz parte do jogo político desde os primórdios. Não há que se falar em "fair play" nas disputas políticas. A problemática se resume na retórica. Na capacidade de convencer ao interlocutor do que é correto e o que é repugnante.

Todavia, podemos discutir acerca da corrupção, uma prática espúria praticada pelos políticos do mundo inteiro, mas que segue sob a imagem do imundo que usa, se apropria do que é do povo em benefício próprio. Quem seria capaz de aceitar aquele que "rouba, mas faz" em pleno século XXI?

Penso que as democracias estão a funcionar justamente porque o eleitor disse: BASTA!!!

Não deseja mais que bastardos da dita "esquerda", ladra, saqueie o que é do povo. O eleitor passou a vigiar mais os seus candidatos e isso é uma coisa boa. No tocante às mentiras espalhadas nas redes, as pessoas que as frequentam sabem o que está ou não de acordo com a realidade. É só sair lá fora e verificar. Ninguém é enganado ou ingênuo a ponto de acreditar em mentiras nos nossos tempos. As pessoas estão sabendo o que é certo e o que é errado. 

As "democracias" lideradas por governantes de esquerda não eram tão transparentes quanto as democracias lideradas pelos governantes mais a direita do espectro político. Onde que um Tribunal de Superposição, em épocas passadas, teria o poder de liberar a gravação de uma reunião secreta do governo? Isso só é possível hoje porque a democracia é plena ou pelo menos está caminhando nesta direção.

O dito documentarista também fala sobre os riscos que nossos filhos estão a correr, quando frequentam tais redes sociais. Em hipótese alguma, os entrevistados deixariam seus filhos participarem de tais redes por ocasião do vício (adicção) que provocam, por furtarem o tempo precioso das pessoas, os dados pessoais e porque os riscos de suicídio são iminentes, já que a demanda por "joinhas", os ditos "likes", têm causado ansiedade e depressão nos mais jovens, quando estes são "enjeitados" pelos participantes das referidas redes.

Penso que os caminhos de hoje não têm mais volta. Não é possível vencer a "Turma do Vale do Silício". Esse grupo é muito poderoso e não é só no lado econômico não. A influência que exerce é da musculatura de países e da envergadura do nosso planeta. Como não é possível vencê-los, devemos nos unir a eles. O bom senso é o rei dentre as táticas de vitória. Os mais novos terão que lidar com essa nova realidade. O mundo mudou demais nos últimos dez anos. Não é mais como quando estabelecíamos vínculos mais próximos com os outros. O que vigora hoje é uma formatação muito diferente. 

Relacionamentos virtuais, conversas por aplicativos, liquidez de relações sociais não são sinais de degradação da humanidade, mas sim que a maneira como se dava o convívio mudou radicalmente. Pode haver o elemento ético que venha a afirmar que isso gerou perdas, mas "para ganhar temos que perder!" Não existe isso de jogo do "ganha ganha", isso é falácia de conciliadores. O ganho que temos que aduzir é a facilidade que hoje temos de nos comunicar, de estabelecer vínculos de proximidade ou não. Saber lidar com essa nova formatação é que é a encrenca vigente.

Nós, dinossauros da meia idade, não estamos habituados com o novo. Tendemos sempre a acreditar que o velho, o "vintage", é sempre o mais correto. Que as certezas, que há muito se desfizeram após o século XX, é que deveriam estar presentes e não a "liquidez" quase que absoluta das relações. Não estamos acostumados com incertezas, mas isso é o que nos tornamos. Seres incertos em um mundo cada vez mais modificado e diferente, não excludente necessariamente.              

Assim, penso que a evolução das tecnologias e mesmo as espionagens têm potencial para nos fazer mais vigilantes acerca dos erros cometidos por governantes ou mesmo pelos donos das ditas "redes sociais". Podemos cobrar destes, para que façam a internet mais segura e menos nociva aos interesses individuais. Isso faz parte do jogo democrático. Agora, tentar destruir os poderosos do "Vale do Silício" não me parece positivo, já que os mesmos revolucionaram o nosso modo de viver e de pensar. Adequar-se a essa nova realidade, em busca do bom senso e da pró-atividade é muito mais seguro e faz com que venhamos a progredir.