sábado, 22 de abril de 2017

O Jeitinho Brasileiro - Sobranceria explicada pela comparação e pelo contraste!

"Antropólogo explica o jeitinho brasileiro


Um dos convidados para a Expogestão 2014, DaMatta foi muito aplaudido pela plateia

A sociedade e as pessoas são e agem a partir de ideias e conceitos específicos de comportamento dominantes regionalmente. No nosso ambiente, “ser alguém” significa poder ser blindado em situações adversas. 

E o “jeitinho” é uma forma de as pessoas se afirmarem publicamente, à revelia das regras, para se inserirem num contexto que é excludente para a maioria. É o que pensa o antropólogo Roberto DaMatta, que esteve na Expogestão na última semana, em Joinville.

DaMatta entrou cantando no palco do auditório principal do complexo Expoville no dia 22 de maio para fazer sua palestra. Ao final, o público, na maioria composto por executivos de diferentes posições hierárquicas de empresas de vários setores e regiões, aplaudiu entusiasticamente. Ele explicou:

— O comportamento tem a ver com entrega, com correr riscos. Ainda que sejam calculados, como fiz agora.


QUEM SOMOS
— Nossa identidade é o que nos diferencia dos outros. Sabemos quem nós somos, por comparação e contraste. Somos o que os outros jamais podem ser. O povo brasileiro não é único. Diferencia-se regional e globalmente. Há uma expressão interessante para ajudar a compreender como nós mesmos nos percebemos. A expressão é “Deus é brasileiro”. Isso é mais do que “o povo escolhido”, como se consideram os judeus.


ESCOLHAS
— Temos papéis atribuídos, aqueles que nos são fortemente impostos. Depois, se fazem escolhas, como as das profissões, por exemplo. Mas atenção: as escolhas estão restritas ao palco onde você se encontra.

INSEGURANÇA
— Sair de casa é um risco. A rua é insegura. Quem é o outro que senta ao teu lado no salão do aeroporto, no metrô, na fila do cinema, no estádio de futebol? Todos usam roupas semelhantes, sapatos e tênis semelhantes. 



SER ALGUÉM
— O mundo é dos que “são alguém”. “Ser alguém” é ter capital relacional, especialmente nestes tempos da indústria das celebridades. Ser famoso mobiliza pessoas, e a pessoa passa a ser protegida. E “ser ninguém” é ser individualizado, é ser (e estar) só. Daí, no nosso País, o tal do “jeitinho” é um rito autoritário de distinção, praticado por gente de todas as classes e categorias.
ORIGEM
— Na nossa sociedade, uma forma importante de se relacionar é saber da origem e do nome da família do interlocutor. Quem é teu pai é pergunta-chave. Nossa legislação é feita para impedir a punição de pessoas importantes. Saber quem é quem é absolutamente essencial.

TRÂNSITO
— No trânsito, todos são iguais porque o trânsito é fila, e não dá para dizer o tradicional “sabe com quem está falando?”. Isso irrita a elite. No caso, a igualdade das regras aumenta a tensão. Temos mais conforto quando sabemos quem são os outros. O mundo não existe por e para nós. Por isso, a blindagem da aristocracia é antidemocrática. 


FONTES
— Temos duas fontes para a nossa identidade. A Revolução Francesa, a mostrar as possibilidades de mobilidade social; e a nossa origem portuguesa, com a vinda de comerciantes, a explorar terra e gente, a partir de um enorme controle político-administrativo-burocrático. Alguns fatores nos limitam. A língua nos antecede e continua depois de nós. Os outros elementos que nos constituem como povo e nação são a moeda, o território e os modelos econômico e político.


PAPÉIS
— Cada um de nós representa papéis e responsabilidades. Temos de honrá-los. Ocupar espaços para os quais não estamos preparados é burla, é farsa. Shakespeare escreveu num dos seus textos que temos hora de entrada e hora de saída. Os papéis sociais no Ocidente são dferentes dos que valem na tribo xingu.


HÁBITOS
— Os hábitos mais difíceis de serem alterados são aqueles que estão inscritos no coração. Observe que a religiosidade se opõe à guerra. As religiões dizem não matar, e as sociedades estão em constante atrito. A contradição é evidente. 


MANIFESTAÇÕES
— As manifestações são consequência da redescoberta da rua como espaço público, que pode clamar por coisas que se acha justo reivindicar. Um problema a mais é que o Estado, o agente público, não tem a menor preocupação com a igualdade. Temos um país com parte no passado negro e uma aristocracia com noção de idealização do poder e do Estado. O Brasil, como sociedade, é o das conversas ao pé do ouvido, secretas, a dois.


OPOSIÇÃO
— A identidade se passa por oposição. Assim, o sulista é diferente do nordestino; o brasileiro é diferente do argentino; o sul-americano é diferente do norte-americano, que é diferente do europeu. E que é ainda mais distinto em relação ao asiático. Aí, quando você opõe ocidentais com orientais, descobre que é analfabeto. Língua, costumes, valores... tudo muda. 



INFERIORIDADE
— Situações de anonimato nos dão a sensação de inferioridade. E podem gerar surtos psicóticos, como vimos, recentemente, de elevada agressividade. Isso acontece para as pessoas se afirmarem. O comportamento no espaço público é o do anonimato".


Sabemos quem somos, em sociedade pela comparação e pelo contraste. Mesmo que digamos que os seres humanos são únicos, perde-se essa qualidade quando se insere em sociedade. Trata-se de um suicídio da individualidade em prol de algo maior, o todo, a sociedade. A parte, o indivíduo, só passa a sê-lo se reconhecido, se "protegido", aceito, se é "celebridade"?

O anonimato significa a morte social? 

Difícil deglutir tais argumentos, porquanto não vivemos em um mundo de "celebridades". Celebrar o que? A miséria? a Crise?

Parece-me um bocado pretensioso concordar com essa sobranceria do nacional que se inculca, pelo "jeitinho brasileiro" de ser, um poder aquém do que realmente é. O anonimato é mais seguro e consoante com a paz social do que o jeitinho de sempre querer se dar bem.

Celebridade ou não todos temos nossa importância individual que deve ser intocada por argumentos falaciosos. O ser é, independentemente de sê-lo em sociedade. A sua individualidade é a sua marca e a sua importância rememora o seu surgimento como pessoa no mundo.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Austeridade Burra, Brasil e o País da Roubalheira!

O Governo atual é uma "Temeridade". Temer é um presidente tão ruim quanto Dilma, porém, mais inteligente, articulado e com uma bagagem invejável. Um grande constitucionalista. Por outro lado, seu plano de austeridade, em minha opinião, é uma burrice sem tamanho!

As falácias encetadas pelo grande plano do constitucionalista, faz-me crer que não importa se a pessoa que conhece bem o direito sabe ou não governar, mediante um "Estado Democrático de Direito".

Esse conhecedor do Direito mostrou que governabilidade é diferente de constitucionalidade, porquanto está a governar para os que possuem certa estabilidade e segurança. O desastre das novas medidas tem refletido na capacidade econômica mitigada da maioria das famílias, no que se refere aos menos favorecidos.

A reforma da previdência, em vias de ser aprovada, a nova lei acerca das terceirizações e outros projetos iníquos, têm feito com que operadores do direito, principalmente previdenciário e trabalhista, fiquem indignados, porquanto seus clientes ou consulentes sairão em grande prejuízo. Notadamente, pessoas menos favorecidas, pobres por assim dizer, senão classe média baixa...

O país da roubalheira, esse é o nosso Brasil, onde mais de 70 parlamentares são investigados em maracutaias de uma só vez. Em delações premiadas. E que prêmio? Uma recessão desgraçada, com mais de 13 milhões de desempregados, um fosso que não tem fim. 

Odebrecht uma multinacional shit (de merda mesmo). Uns canalhas antiéticos, imorais e sacanas, que agora estão abrindo o bico porque foram presos. Gente rica, muito rica. Estes, em minha opinião, são verdadeiros psicopatas. Eles deveriam ser linchados em praça pública! 

São uma vergonha para o nosso país. Se estivéssemos em uma cultura oriental, esses camaradas seriam fritados no "mármore do inferno", porque não é possível que haja tantos canalhas, tantos ladrões, incluindo Luiz Inácio e "os mais de trezentos picaretas com anel de doutor", muito além dos 40 de Ali Babá.

Estamos estarrecidos pelas notícias das roubalheiras de Brasília, porque nunca antes na história da corrupção descobrimos tantos desgraçados e que ainda estão no poder. No Planalto, não na planície. Nós que somos gado, nada podemos fazer. Apenas observar, nos indignar e digitar neste teclado sujo de poeira, contra a situação caótica e de grande histeria que tomou conta do imaginário social e afetou a vida e o sono de todos, até do Papa Francisco.