domingo, 20 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015!

Começarei aqui a discorrer sobre a minha visão de mundo acerca do ano que se vai. Penso que cada um tem o seu olhar sobre o que aconteceu neste difícil ano que se apresentou como uma esperança ao anterior, mas que alertou para coisas ainda piores que poderão vir.

A crise econômica sinalizou coisas que jamais conseguiria entender. Concursos públicos praticamente não foram realizados nesse ano. Houve um apagão sem precedentes. Anos ruins para concursos públicos são entendíveis na esteira dos acontecimentos críticos para as finanças de nosso país, mas a Administração Pública não poderia deixar de contratar. Isso é sinal de que eles ou têm uma grande "reserva de mercado" ou a máquina pública está a contratar terceirizados ilicitamente, porquanto o concurso público é o estatuído como legítimo para a ocupação de cargo público, consoante lei 8112/90.

Não obstante, verifiquei na minha visão particular, que as guerras no Oriente Médio se intensificaram por conta de terroristas do Estado Islâmico que se fez sentir em algumas partes do globo terrestre, em especial na Síria. Um absurdo sem precedentes na história. Esses terroristas jamais poderiam ter ganho tanta força se não fosse a falta de ação do "Tio Sam" para sufocar tais barbaridades.

Os EUA são responsáveis como a única superpotência do globo terrestre a sufocar tais "entidades do mal". 

No que toca ao nosso país, o desemprego e a inflação galopante novamente tomam a pauta das notícias e fazem-nos pensar que seria melhor o impeachment de Dilma, mas não. Isso seria bem ruim. Melhor que ela cumpra seu mandato e tente arrumar a "casa", tanto a civil como essa que se chama Brasil.

Será possível que 2016 seja pior que 2015? Sempre as coisas ruins são possíveis, mas as boas também, na mesma medida. O pensamento é uma arma poderosa para quem quer mudar alguma coisa. Pensarei positivo acerca do futuro porque o que me resta é viver melhor e ter o melhor desta terra. Se alguém acha errado ser otimista, azar o dele. Eu escolho o otimismo e seguirei assim, mesmo que tudo acabe mal pra mim. Pelo menos eu tentei.

Que boas coisas aconteçam no ano que se aproxima!

Abraços,

Carlos Ilha   

sábado, 14 de novembro de 2015

A Nova Ordem Mundial, Uma questão de Perspectiva!

Em breve leitura acerca do tema, podemos verificar que nunca houve, em qualquer lugar, uma ordem mundial global. A hoje conhecida, foi "concebida na Europa Ocidental há quase quatro séculos numa conferência de paz realizada na região alemã de Vestfália, sem o envolvimento ou sequer o conhecimento da maioria dos outros continentes ou civilizações" (KISSINGER, Henry. Ordem Mundial. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015, p. 14).

"A ideia de ordem mundial foi aplicada à extensão geográfica conhecida pelos estadistas da época - um padrão repetido em outras regiões. Isso se dava, sobretudo, porque a tecnologia da época encorajava ou mesmo permitia a operação de um único sistema global. Sem ter como interagir consistentemente e sem contar com um quadro de referência para medir o poder de uma região em relação ao das demais, cada região via a própria ordem como única e definia as demais como 'bárbaras' - governadas de um modo incompreensível e irrelevante para os seus propósitos a não ser enquanto ameaça. Cada uma definia a si própria como um modelo de organização legítima de toda a humanidade, imaginando que, o governar o que tinha à sua frente, estava ordenando o mundo". (Idem, p. 12).

O observado, hodiernamente, é o sistema vestfaliano global, porquanto ocupou-se de "amenizar" o viés anárquico mundial através de normas internacionais e organizacionais adequadas ao "livre-comércio e um sistema financeiro internacional estável, estabelecer princípios para a solução de disputas internacionais e fixar os limites para conduta na guerra, quando estas vierem a ocorrer. Esse sistema de Estados abrange agora todas as culturas e regiões. Suas instituições oferecem uma matriz neutra para as interações entre sociedades diversas - em grande medida independentemente dos seus respectivos valores". (Ibidem, p. 14).

Em vias de resumo, a nova ordem internacional que conhecemos hoje tem seu início marcado pelo "Tratado de Vestfália", assinado após a guerra dos Trinta Anos (1618-1648), entre católicos e protestantes. Nesse diapasão, a busca por uma ordem mundial segue a ideologias, tanto religiosas como as de grupos extremistas terroristas Jihadistas do Oriente Médio, quanto dos Estados Unidos que alternam entre "a defesa pelo sistema vestfaliano e o ataque dos seus pressupostos - a balança de poder e a não interferência nos assuntos domésticos", como um "xerife" dessa nova formatação de mundo, sob o argumento da defesa dos direitos humanos e fundamentais, "valores universais" consoantes a "paz". Imiscuindo-se nos assuntos internacionais como a superpotência que é. (Ibidem, p. 15).

"O sucesso dessa empreitada exige uma abordagem que respeite tanto a diversidade da condição humana, como o arraigado impulso humano de buscar liberdade. Nesse sentido, a ordem precisa ser cultivada, não pode ser imposta. Isso vale particularmente numa era de comunicação instantânea e transformação política revolucionária. Qualquer sistema de ordem mundial, para ser sustentável, precisa ser aceito como justo - não apenas pelos líderes, mas também pelos cidadãos. Precisa refletir duas verdades: ordem sem liberdade, mesmo se baseada em entusiasmo momentâneo, acaba por criar o seu próprio contrapeso. Contudo, a liberdade não pode ser sustentada sem uma estrutura de ordem que mantenha a paz. Ordem e liberdade, às vezes descritas como polos opostos no espectro da experiência, deveriam, ao contrário, ser compreendidas como interdependentes. Os líderes de hoje terão capacidade de se colocar acima da urgência dos acontecimentos do dia a dia para alcançar esse equilíbrio?" (Ibidem, p. 16)

Melhor ainda, poderia a insensatez humana ser domada para que se concretizasse um ideal maior, como a implementação de uma ordem mundial global, haja vista a falta de razoabilidade de seus governantes na condução das políticas, nesse sentido?    

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O Comunismo: Um "ismo" contaminado de mentiras!!!

Consoante ensinamentos de Richard Pipes, "a ideia de uma sociedade sem classes, totalmente igualitária, surgiu pela primeira vez na Grécia clássica." (PIPES, Richard. O Comunismo. 1° Ed. Trad. de Ana Luiza Dantas Borges, Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, Objetiva, 2014, p.13).

Este autor destaca a ideia mítica de Hesíodo acerca de uma "Idade de Ouro", em seu poema "Os trabalhos e os dias", em que a igualdade se fazia presente, "havia uma abundância de bens para todos e a humanidade vivia em uma paz perpétua."(Idem, p. 13).

"Existe uma noção muito difundida, mas falsa, de que o socialismo e o comunismo são meramente versões seculares e atualizadas do cristianismo. Como o filósofo russo do século XIX Vladimir Soloviev apontou, a diferença é que enquanto Jesus instigava seus seguidores a abrir mão de seus bens, os socialistas e comunistas querem dar os bens dos outros. Além disso, Jesus jamais insistiu na penúria: ele simplesmente aconselhou-a como uma maneira de facilitar o caminho para a salvação." (Ibidem, p. 14).

Essa utopia de mundo, em que a propriedade privada deve ser extirpada para que haja a igualdade "material real" e não somente formal, consoante assegura a Constituição, mascara na verdade o poder de um Estado soberano que deteria toda as propriedades (riquezas) em suas mãos, consequentemente tolhendo liberdades e direitos dos indivíduos, posto que a "ausência da riqueza privada e a coerção dos indivíduos pela comunidade em geral" denotam um totalitarismo e uma "subserviência do indivíduo à autoridade, o que o impele a fazer o que não faria por sua livre vontade". (Ibidem, p. 15).

Nunca, em qualquer momento da história houve a implantação de uma sociedade absolutamente igualitária, posto que a própria constituição humana determina a posse e a propriedade. Os bens sempre foram disputados e isso remonta a tempos imemoriais, haja vista que a busca pela sobrevivência demandou esse modus vivendi

Nesse diapasão, a tentativa de implantação do comunismo seguiu a mentiras encetadas por Marx e Engels, em seu "socialismo científico", "(...) uma teoria que pretendia demonstrar por que o reino da igualdade não era só desejável e exequível como também inevitável." (Ibidem, p. 18).

"Apesar de seu compromisso com o método científico, o marxismo violou sua característica básica, isto é, a liberalidade e disposição para ajustar a teoria à nova evidência. (Bertrand Russell chamou o bolchevismo, uma cria do marxismo, de uma 'religião', e falou de seu 'hábito de certeza militante em relação a questões duvidosas objetivamente'.) Era uma doutrina rígida, que repudiava visões diferentes. Marx não fazia segredo de sua atitude em relação àqueles que discordavam dele. A crítica, escreveu ele certa vez, 'não é escalpelo, mas uma arma. Seu objetivo é o inimigo, [a quem] não se quer refutar e sim destruir.' O marxismo, portanto, era um dogma disfarçado de ciência." (Ibidem, p. 19).

Os meios de produção capitalistas, aliados à conjuntura socieconômica vigente ao longo da história de espoliação da mão de obra, a questão da "mais-valia" e as dificuldades de sobrevivência tornam muito mais atrativas as ideias socialistas de "luta de classes", porquanto

"a humanidade deve antes de mais nada, comer, beber, ter um abrigo e roupa, antes de perseguir a política, ciência, arte, religião etc.; portanto, a produção dos meios de subsistência materiais imediatos (...) formam o fundamento sobre o qual as instituições estatais, as concepções legais, a arte e, até mesmo, as ideias sobre a religião das pessoas envolvidas se desenvolveram, e à luz do qual devem, por consequência, ser explicadas, ao invés de vice versa, como foi o caso até agora. (Ibidem, p. 20).

As bases do socialismo que desembocam no comunismo, através da revolução, seguem ao fundamento de que "o controle dos meios de produção leva à emergência de 'classes' sociais". De início, não existia a "propriedade privada nesses meios: toda terra era posse comum. Mas, com o tempo, a ordem 'comunal primitiva' foi substituída pela diferenciação de classes quando um grupo conseguiu monopolizar os recursos vitais e usou seu poder econômico para explorar e dominar o resto da população, erigindo instituições políticas e legais que protegiam os interesses de classe. Também empregou a cultura - religião, ética, artes e literatura - com o mesmo fim. Tais mecanismos capacitaram a classe governante para explorar o resto da população." (Ibidem, p. 20-21).

A superação do capitalismo pelo socialismo está em compasso com a "luta de classes" desnudada pela revolução que há de acontecer, pois que inauguraria uma "sociedade sem classes". 

A "mais-valia" ou "valor excedente", corresponde ao que Marx afirma ser embolsado pelo dono dos meios de produção, enquanto que o trabalhador recebe apenas o necessário para a subsistência.

"Na evolução do modo de produção capitalista, tanto a taxa de lucro obtida pelo capitalista quanto os salários do trabalhador se reduzem estavelmente. Isso acontece porque, ao enfrentar uma competição feroz, o capitalista tem de gastar mais capital em equipamento, matéria-prima e outros, e diminuir cada vez mais os salários, que são a fonte de seus lucros. A mão de obra torna-se mais barata e os salários declinam, resultando em uma queda constante do padrão de vida. Ao mesmo tempo, durante as crises que ocorrem periodicamente por causa da produção excessiva, grandes empresas engolem as menores e a riqueza industrial fica cada vez em menos mãos. Desse modo, o capitalista e o trabalhador se veem no mesmo barco, por assim dizer: o primeiro aflito com a crise e expropriação dos mais ricos que ele, o segundo, vítima da 'pauperização' progressiva. Com o tempo, a situação, inexoravelmente, leva à 'revolução'". (Ibidem, p. 21-22).

As ideias socialistas seguem a um ritmo fracassado de coerência posto que a "ditadura do proletariado" inauguraria, posteriormente, uma forma de totalitarismo que ceifou milhões de vidas na Rússia Comunista, a partir da revolução bolchevique de 1917.  Enquanto que o capitalismo continuou como sistema econômico vigente, mesmo com falhas e crises periódicas, contudo o avanço das legislações, o arcabouço jurídico de proteção aos trabalhadores como a CLT, a lei antitruste (contra a cartelização e ou monopólio), mesmo as leis tributárias, impediram que sufragasse o sistema supostamente vitimado pela "pauperização" do trabalhador, o que não acontece de fato. Houve sim uma melhora para boa parte da massa de trabalhadores. Ao contrário do que se pensa, os avanços na área de tecnologia, novos nichos de produção e de comercialização, possibilitaram a manutenção do sistema como ele é. Mesmo eivado de falhas e dificuldades para muitos ainda, mas a vida, lamentavelmente, sempre foi assim

A corrupção que mancha a política de hoje denota que há muito a ser feito para punir os infratores das leis, criminosos do "colarinho branco", mas não coloca em xeque o sistema econômico vigente, o mais coerente com a situação hodierna.

"As falhas na doutrina marxista não teriam tido muita importância se ela tivesse sido estritamente um constructo teórico. Mas, como também foi um programa de ação, quando suas previsões revelaram-se falsas - isso ficou evidente logo após a morte de Marx em 1883 -, primeiro os socialistas e, depois os comunistas, embora alegassem ortodoxia, começaram a revisar a teoria de Marx. Nas democracias ocidentais, essas revisões geralmente abrandaram o zelo revolucionário de Marx e aproximaram o socialismo do liberalismo. O resultado foi a social-democracia. No leste europeu e nos países de Terceiro Mundo, em contraste, as revisões tenderam a aguçar os elementos de violência. O resultado foi o comunismo. O marxismo em sua forma pura, não adulterada, não foi adotado em lugar algum como plataforma política porque vai de encontro à realidade." (Ibidem, p. 25).

Já o socialismo fabiano prega a chegada ao poder não através de uma revolução, mas da conquista gradual do mesmo nas urnas, democraticamente. O fortalecimento da classe proletária desembocaria no comunismo gradativamente, através de um processo político e social pacífico dentro do capitalismo, o socialismo convivendo com o capitalismo e emergindo dele. É o que estão tentando implantar no Brasil.

De toda a sorte o socialismo, fase embrionária ao comunismo, não resta por ser uma boa ideia, mas, antes, uma fantasia.

"O marxismo, fundamento teórico do comunismo, carregava em si as sementes de sua própria destruição, assim como Marx e Engels atribuíram, incorretamente, ao capitalismo. Baseava-se em uma filosofia da história imperfeita, assim como em uma doutrina psicológica nada realista." (Ibidem, p. 126).

A ideia marxista que prega o fim da propriedade privada objetivando alcançar a igualdade é absolutamente falsa, na medida em que "(...) para a igualdade vigorar, seu principal objetivo, é necessário criar um aparelho coercivo que demanda privilégios e, consequentemente, nega a igualdade; (...) fidelidade a uma classe, em todo lugar e em qualquer época, vencem de forma esmagadora, dissolvendo o comunismo em nacionalismo, daí o socialismo se combinar tão facilmente com o 'fascismo'." (Ibidem, p. 131).

Por ocasião de interesses pessoais como nacionais, a igualdade no regime comunista restou fracassada e milhões de vidas inocentes foram ceifadas, um alto preço pago pela incompetência e desmesurada insensatez dos governantes.

"Os custos dos experimentos em utopia foram assombrosos. Acarretaram um grande número de vítimas. Stéphane Courtois, editor de The Black Book of Communism (O Livro Negro do Comunismo), estima o número de vítimas do comunismo entre 85 e 100 milhões, total 50 por cento maior do que as mortes causadas pelas duas guerras mundiais. Várias justificativas foram apresentadas para essas perdas, tais como não se pode fazer omelete sem quebrar ovos. Afora o fato de que seres humanos não são ovos, o problema é que nenhum omelete saiu da matança." (Ibidem, p. 135).

Em sede de conclusão, a acusação de Marx de que o capitalismo "sofria de contradições internas insolúveis, que o condenavam à destruição", não merece crédito haja vista que o mundo já passou por várias crises econômicas ao logo dos séculos e sobreviveu. Contudo, o comunismo "uma pseudociência convertida em pseudo-religião e incorporada ao regime político inflexível" não foi capaz de se manter firme com a força que se esperava. Houve sim um fracasso regado a sangue de pessoas inocentes. A história mostra que reincidir nesse erro, nessa mentira, apodrecida, eivada, chamada comunismo, seria uma grosseira estupidez.  





   


sábado, 17 de outubro de 2015

O País das Humilhações Sociais!

O Brasil é um país em que reina a capacidade da humilhação em detrimento da educação e da capacidade de discernimento do que significa ser superior. Nesse passo, a incorporação de meios irrelevantes como comparações levianas faz com que muitos dos que se julgam acima dos outros tornem-se em pessoas amargas e amarguradas.

Na esteira dos acontecimentos que vivenciamos, não por acaso, os mais de 300 (trezentos) anos de escravidão experimentados pelo nosso país, as desigualdades, pior que isso, a humilhação enfrentada por muitos que são subjugados, por sua condição socioeconômica, pelas classes média e alta (A e B), denotam o quão mesquinho e egoísta é o homem, em sua saga pela insensatez.

A humilhação é a marca da fraqueza. Todo aquele que humilha não é digno do pódio, da boa ou saudável convivência, posto que aquele que assim procede tem maldade, é doente. Está referto de maldições e pensamento rasos. Humilha para se sentir superior, porquanto não o é de fato.

Sabemos que o nosso país segue nesse passo desinteressado com o que é nomeadamente de bom alvitre para a alma. As pessoas passaram a se coisificar demais. Assim, a pobreza e a putrefação do espírito tornam-se evidentes.

Não raro presenciamos situações de injustiças sociais e um tremendo caos, no que deveria ser a ordem vigente. O que age de boa-fé fica a se questionar: 

- este fez uma  coisa errada aos olhos da moral e da ética, por que conseguiu ter sucesso?

A Bíblia ensina que não devemos ter inveja desses que procedem mal, porquanto eles já receberam a sua recompensa. A nossa, não pertence ao plano dos fatos, mas das ideias. Aos que passam humilhações em detrimento de sua condição econômico-social, solidarizo-me com esse "tapa na cara" da nobreza da corte atual de nosso Brasil de desiguais, notadamente as classes mais abastadas (A e B) da configuração hodierna de nossa sociedade (políticos, servidores públicos, etc. Os "amigos do rei"!) 

Aos fracos, o desabafo, "poderosos fracos" pois se debruçam em meio a humilhações decorrentes de situações contigenciais, como a situação financeira para poderem se autoafirmar na esteira do que se acredita como coerente e condizente com a realidade.

Enquanto viverem encastelados em "Torres de Marfim", não poderão enxergar o próximo como gente, mas sim como coisa a ser subjugada e humilhada. 

Um jogo doentio e perverso que apenas evidencia a fraqueza dos poderosos!   

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

D. João VI e a sua importância para o Brasil

Estou a ler um livro muito interessante, 1808 de Laurentino Gomes, editora Planeta, 4° edição, 2007. 

O autor coloca como ponto central a figura de D. João VI, um príncipe regente, feio, supersticioso e obeso que comia franguinhos, nos intervalos entre as refeições e que odiava a sua mulher Carlota Joaquina, também uma mulher tremendamente horrenda e que conspirava contra o seu marido. 

As histórias sobre essas figuras do império e a sua importância na abertura comercial do nosso país denotam que D. João VI, muito mais do que uma pessoa com defeitos e sem caráter, foi responsável por sermos o que somos hoje.

Claramente, a corrupção daquela época se faz notar nos dias de hoje, por isso é importante verificar essas caricaturas de outrora para podermos nos identificar. O "jeitinho brasileiro", descrito por Sérgio Buarque de Holanda, da "sobranceria" do brasileiro, avesso ao trabalho, afeiçoado à "malandragem" e ao engodo. 

Somos nós, temos de ter orgulho de nossa sobranceria e não negá-la, como '"homens cordiais", por ocasião de nos conferir originalidade, mesmo que não nos adequemos aos padrões europeus ou norte-americanos, não queremos ser essas figuras de além-mar.

Temos de ter orgulho não de nosso país, mas de nosso jeito, único e original.

Com justa razão, D. João fugiu de Napoleão em virtude de seu medo, o que lhe conferiu mais tempo de vida e um reinado que modificou o nosso país colônia há pouco mais de 200 anos quando da chegada família real que organizou as administração desse país. Certamente, devemos muito à família real portuguesa que, se decidisse enfrentar os franceses, não seríamos o que somos hoje. Talvez, nem Estado soberano seria o nosso país atualmente.

D. João VI fez muito pelo Brasil. A nossa soberania deve a ele um reconhecimento de destaque, mesmo que se diga que ele era uma pessoa sem asseio e sem caráter, mas uma coisa deve ser lembrada, o nosso país segue culturas multifacetadas, graças a abertura dos portos da época em que a família real veio ao Brasil, em 1808.

Caso D. João VI não viesse em fuga de Portugal ao Brasil, sequer teria elevado o nosso país à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, tendo o Rio de Janeiro como a sede oficial da Coroa.

"Nenhum outro período da história brasileira testemunhou mudanças tão profundas, decisivas e aceleradas quanto os treze anos em que a corte portuguesa morou no Rio de Janeiro. Num espaço de apenas uma década e meia, o Brasil deixou de ser uma colônia fechada e atrasada para se tornar um país independente. Por essa razão, o balanço que a maioria dos estudiosos faz de D. João VI tende a ser positivo, apesar de todas as fraquezas pessoais do rei. (...) 'Com ele começou a descolonização efetiva' (...). 'Não só pelo ato de elevar o Brasil a reino, mas também, e sobretudo, por lhe dar desde logo e em breve espaço de tempo as estruturas de uma nação propriamente ditas'".(GOMES, LAURENTINO. 1808:como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007, p. 284). 

Nem o comércio, as artes e a cultura seriam o que são hoje. Graças ao rei D'além Mar podemos dizer que somos um país independente, com poder de influência considerado na América Latina e com uma constituição impressionante e bela, mesmo que se diga que é uma "colcha de retalhos", porém, a nossa República Federativa é uma união indissolúvel de estados, municípios e distrito federal, com poderes independentes e harmônicos entre si. Fato que sem a vinda de D. João, o Estado-nação Brasil, um país continental, poderia ter sido fatiado em três diferentes países.(Ibidem, p. 287).

Nesse sentido, "(...) não se deve subestimar a importância de D. João VI na construção da identidade dos brasileiros de hoje. É preciso levar em conta que, dois séculos atrás, a unidade política e territorial do Brasil era muito frágil." (Ibidem, p. 286).  

A nossa prolixa constituição deveria ser motivo de orgulho, haja vista as conquistas jurídicas desses pouco mais de duzentos anos transcorridos, em que a família real portuguesa esteve em nosso país. Um pontapé sem o qual não haveria falar-se em direitos e, muito menos, em liberdades como as conhecemos.  

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Concursos Públicos: Delírios Ilusórios, Atalhos ou Mania de Querer "se dar bem" sem Esforço?

Há muita polêmica nesse assunto. 

Seriam os concursos públicos atalhos? Delírios ilusórios de trapaça? Mania de querer "se dar bem", sem esforços, os quais estariam aquém do esperado e do justo (impacientes)?

Vamos aos fatos. 

Todos podemos visualizar nos concursos públicos uma gigantesca máquina de gerar empregos, uma "indústria" que é alimentada por sonhos de candidatos ávidos a conquistar o seu "lugar ao sol".

A indústria dos concursos vende "o sonho". Ela é fomentada por pessoas que apenas querem "se dar bem na vida" e procuram "pagar o preço". Sim, pagam caro por livros específicos para concurso "atualizados", cursinhos, dicas de "gurus" e etc. Há uma máfia do bem nesse sentido. Será mesmo que podemos enxergar algo de bom nessa alienação?

O fato é que vivemos num mundo referto de alienações. Um exemplo é a igreja ou as igrejas, suas diversas denominações e variegada gama de seitas espalhadas por esse Brasil, incentivam o mesmo ideal quando vendem as "indulgências modernas", um meio de se chegar ao paraíso, aqui mesmo na Terra. Alimentam sonhos porque a sociedade está desiludida, enfraquecida. Precisa desse ópio ilusório para não se afogar no mar do desespero.

Isso significa enganar? Trapacear? Querer "se dar bem" sem o esforço essencial à competência? 

Depende!

O contexto significa muito para o interlocutor em um debate de idéias. Para certas pessoas pode funcionar perfeitamente o fato de se buscar um sonho e o alcançar através do que estiver disponível no momento, sem ter que esperar ou mesmo lutar por isso. 

Sun Tzu ensina que "a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar". Não consigo entender a trapaça nesse ponto. Todos temos maneiras e perspectivas diferentes de enxergar a realidade que se nos apresenta. A "sorte" ou o "azar" vão depender desse nosso ponto de vista que nos é bem peculiar. 

Há muitos que escrevem bobagens do tipo "concurso público é um atalho", é uma "forma de trapaça". Falta de paciência de estudar corretamente pelos autores que realmente têm "conhecimento", isto é, concurso público introduz pseudo-conhecimento.

Creio que há certa verdade nisso, mas também é verdade que essas são as "regras do jogo" (foi o Estado que inventou). Não é possível aferir conhecimento real em uma prova de concurso público. Os candidatos habilitados são os que mais "treinaram" e mais tiveram contato com aquele tipo de conhecimento que é virtual (mas o choro é livre para os que não passam, o que não vale é desmerecer o processo. Este é legítimo, todavia, não inatacável). 

O conhecimento é encontrado em doutrinadores que fornecem a fonte para tal. Não é possível dizer que uma pessoa, só pelo fato de ser concursada, sabe escrever e é portadora de conhecimentos suficientes para exercer tal ou qual cargo. O que é possível afirmar é que ela logrou êxito em decodificar as "regras do jogo", estudando muito ou não, possivelmente "se deu bem". Por que? Era o que queria?

Não importa! Cada pessoa segue o destino que mais lhe convém e lhe é atraente. 

Por vezo, seguimos caminhos muito tortuosos e que não queríamos, mas no fim, tudo pode acontecer totalmente diferente do que imaginávamos, para o bem ou mal ou vice-versa. 

O futuro é imprevisível! O valor do hoje, do "já", é o que tem mais sentido na formatação do nosso mundo veloz, de internet, de conexões banda larga, de alienação sem precedentes. Faz mais sentido ser da "geração 8112" do que da "geração CLT" (fascista), porquanto aquela, mais "moderninha", se encontra em compasso com a realidade vigente, do "atropelo", que seja! Somos isso hoje.

A volatilidade das situações demanda isso. O tempo também está passando super depressa, então não dá para ter "paciência". A busca pela "felicidade" é bem própria de cada qual, talvez nem saibamos o que essa palavra significa, apenas penso que todos queremos a "paz", mas não seria a guerra libertária de igual feita?

Fica o questionamento: concursos públicos são delírios ilusórios que se traduzem em atalhos demandados por quem tem mania de querer "se dar bem" antes do tempo certo, sem esforço?

A resposta, depende do que se pretende com os concursos. Atalhos são atrativos nas telas de nossos computadores, mas na vida real um atalho só significa que o caminho principal está bloqueado e precisamos de outra alternativa para chegarmos ao destino.

É o que penso!    


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

"Gordofobia", que desgraça é essa?

Estava procurando notícias na internet e assistia a um programa que retratava o problema acima mencionado, a "gordofobia", ou seja, ojeriza ao gordo! 

As pessoas de nossa sociedade estão doentes e não enxergam o outro como ser humano feito elas. A discriminação é a marca desse povo obcecado pela magreza, pelos padrões estéticos impostos à fórceps pelas mídias que frequentamos. 

Claro que a obesidade é uma doença. Óbvio que merece tratamento e requer que a combatamos, porém o preconceito é uma enfermidade muito mais séria. Uma chaga que pode piorar e se transformar em violência. 

Quando eu era menino, gordo, apanhava dos outros por isso. Sempre tive problemas com o peso, até a fase adulta, mas atualmente consegui resolver esse problema com atividades físicas e alimentação mais ou menos adequada. Todavia, não consigo acreditar que poderia estar sofrendo com a "gordofobia" se estivesse em outra situação, porque o problema da obesidade são as células gordurosas que não somem (não somos culpados por isso). Elas são reativadas quando as esquecemos e nos desligamos. 

Agora, o preconceito gera a violência! Se todos tiverem a tal "gordofobia" em seu repertório maldito de preconceitos, a violência será a marca dessa sociedade perturbada com a aparência. 

O que vale mais, a aparência física ou a capacidade produtiva? 

A crítica aqui fica por conta da falta de razoabilidade e bom senso desse povo hipócrita que frequenta academia e padece de uma doença que o está matando por dentro, o preconceito!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Como emagrecer?

Estou a escrever sobre isso porque lutei para emagrecer ao longo desses 10 últimos anos, enfrentando o "efeito sanfona", lutando bravamente contra a balança e os malditos 3 dígitos que me perseguiam, nos anos que seguiam. 

Há dois ou três anos, em um esforço individual, sem toma de remédios ou mesmo de ajuda especializada, consegui emagrecer a bagatela de 35 kg e lutar contra a obesidade não foi e não está sendo fácil, mas quero compartilhar nesse espaço essa experiência.

Importante para aquele que quer perder peso é se afastar o máximo que puder das guloseimas como biscoitos de chocolate, doces e refrigerantes, comendo-os com moderação ou se possível, eliminá-los, o que para mim não foi possível, mas o que mais importa não é emagrecer, em si, mas buscar o emagrecimento sempre. 

Nunca parar de tentar se falhar porque o nosso corpo é o maior inimigo. Sempre estará disposto a estocar aqueles alimentos em forma de gordura por ocasião de se preparar para o pior, a escassez. Há uma programação inteligente nesse sentido, porém, diversamente de nossos ancestrais que consumiam pouquíssimas calorias, somos bombardeados com alimentos exageradamente calóricos e que nos fazem engordar demasiadamente.

A indústria alimentícia está a querer nos eliminar com as doenças modernas, como a obesidade, hipertensão e diabetes. Há um forte apelo no sentido de fazer-nos engordar e nos tornar pessoas sem mobilidade. Um dado alarmante é que 45% dos brasileiros são sedentários. Não praticam atividades físicas regularmente. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) devemos praticar atividades físicas, ao menos, 30 minutos por dia em, ao menos, 3 vezes na semana.

Ocorre que atualmente os meios de locomoção estão fazendo de nós pessoas sem um mínimo de estímulo para praticar um esporte como as caminhadas. Exemplo: antes íamos comprar pão a pé. Andávamos um ou dois quilômetros à padaria. Hoje, utilizamos meios de locomoção como bicicleta ou o automóvel mesmo, o que significa uma perda na capacidade de locomoção. Nossos corpos foram feitos para se movimentarem e se não fizermos isso, atrofiarão e perderão sua capacidade inata.

Na minha jornada pelo emagrecimento, quando estava em obesidade grau 2, quase grau 3 (obesidade mórbida), pensei com meus botões "antes eu estava magro e engordei vertiginosamente por comer guloseimas e estar sedentário, vou voltar às atividades físicas e lutar contra isso". Consegui vencer a obesidade depois de 2 anos. Hoje estou no peso ideal, com as atividades físicas e lutando para manter o peso que é o mais importante. A luta contra a obesidade é para sempre.

A mensagem que quero passar é essa, não nos deixemos vencer pela indústria alimentícia e pelas propagandas ilusórias que nos bombardeiam com o consumo exagerado de comidas hipercalóricas e tampouco com a indústria do emagrecimento que quer nos fazer consumidores de produtos sintéticos sem a menor necessidade, basta comer menos e comedidamente. Observar o que se está comendo e ter em mente que o nosso corpo quer nos engordar a todo custo. Por isso precisamos ser mais inteligentes que ele e não descambar para essas dietas sem noção, academias de ginástica, musculação ou produtos "milagrosos" comprados em farmácias que nos farão ter a aparência do "Popeye".
  
Comer é bom demais, mas precisamos não nos deixar hipnotizar pelos alimentos altamente calóricos que se nos apresentam. Consumi-los com moderação é a chave para uma convivência saudável com a comida. Os alimentos, devemos preferir aqueles com elevado grau de proteína, se possível. Atividade física sempre que possível e preferir comprar o pão a pé ao invés de usar outro meio de locomoção. Queimar 35 kg não é nada fácil. Dizem que devemos multiplicar 35 por 3000 para termos uma ideia de quantas mil calorias queimamos. 

Aos que estão lutando contra os três dígitos, sou prova viva de que é possível vencê-los apenas com exercícios físicos e uma dieta moderada, ou seja, comer um pouco menos que as 2000 diárias. Só demanda um pouco de vontade para conseguir isso e perseverar nos exercícios físicos.

Abraço!

sábado, 30 de maio de 2015

A Boa-Fé se Pesume, a Má-Fé se Prova!

Agir de boa-fé é essencial para a vida em sociedade. Ubi societas ibi ius (onde há sociedade, ali estará o direito), o direito é a arte do bom e do justo (ius ars boni et aequi), esses são brocardos jurídicos que explicam que a justiça encontra-se com o direito na mesma medida em que o ser social convive em sociedade. Nesse diapasão, o princípio basilar dos contratos, a boa-fé objetiva, faz sentir o seu peso nas relações sociais e judiciais.

Os contratos estão intimamente ligados às relações sociais, porque as trocas que evoluíram para o comércio sofisticado capitalista que conhecemos fez com que os acordos se tornassem cada vez mais complexos e a palavra por si só já não basta, como termo de acordo. É necessário que se escreva algo em uma folha de papel, se assinem nomes de partes e testemunhas (em alguns casos). Somente assim o pactuado seria convertido à existência.

Ora, mas a boa-fé não se prova, se presume. Por que raios temos tanta presunção de má-fé no plano dos fatos e do processo? 

Simples, o sistema está bem mais sofisticado e a complexidade demanda que pequenas falhas de caráter existentes no meio dos contratantes ou acordantes sejam corrigidas. Como esse sistema por si só é incapaz de tangenciar todas as situações possíveis, como o direito não o é capaz, a única coisa a se fazer é tornar o princípio da boa-fé em algo que deve ser provado documentalmente. Posto que a desconfiança e o medo são a prova desse sistema falido que mitiga princípios.

Princípios são o cerne, a base, o sustentáculo. Mudar a sua intenção seria o mesmo que reconstruir o prédio por completo. Assim, estão a fazer ruir princípios basilares como o da boa-fé objetiva que jamais deveria ser posto em xeque por meros contratos ou acordos malfeitos. 

É necessário observar que o princípio da boa-fé comanda a nossa convivência e, portanto, jamais devemos provar a boa-fé, mas sim a má-fé, posto que a regra é a da boa convivência e o oposto a exceção.

O Ato de Pensar e Refletir de Maneira Errada ou Inadequada!

O pensamento é uma arma que pode nos sufocar e angustiar. No âmbito do cristianismo o ditado é que a mente vazia seria uma oficina do diabo (o gênio ruim que se manifesta de forma sutil e espalha o seu veneno). No mesmo sentido danoso, o ato de pensar acelerado pode prejudicar a saúde, conforme pontua Augusto Cury:

"(...) a maioria de nós perceberá que utiliza excessivamente a memória, por isso pensa excessivamente e se desgasta também excessivamente, gerando a síndrome do pensamento acelerado (SPA). Emoções flutuantes, pensamentos antecipatórios, excesso de compromissos, fazem parte do cardápio de uma pessoa hiperpensante."(CURY, Augusto. O Código da Inteligência: a formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil/Ediouro, 2008, p. 14-15).

Pensar antes de falar, refletir antes de agir, meditar quando se está passando por um problema grave, todas essas atitudes fazem parte do repertório de pessoas sábias. Sabemos, contudo, que o mundo moderno está recheado de estultícia e o ato de pensar de maneira errante e inadequada, com "maus olhos", como descreve a Bíblia, é uma constante nos nossos dias. 

Raramente vigiamos quando estamos a dialogar e pensamos antes de falar sobre tal ou qual coisa. Jesus disse: "orai e vigiai". Orar, meditar, pensar, para mim parecem sinônimos. O pensamento acelerado, entretanto, ativa o gatilho das más lembranças, por isso a sábia lição do Maior Psicólogo, "vigiai e perdoai". 

Vigiar e perdoar duas coisas altamente complicadas de se fazer e de se aprender. Contudo, o ato de pensar de modo errante pode destruir nosso eu interior e torná-lo peça despicienda na vida. Não é necessário que nos culpemos por sermos incapazes de perdoar porque o perdão acaba acontecendo naturalmente quando novos fatos ou vidas adentram em nosso convívio. O vigiar pertence ao tempo. Quando possuirmos maturidade e semearmos coisas boas, a vigília será automática. Ninguém quer possuir maus pensamentos que flutuem em um mar de lama e miséria ou quer?

A síndrome do pensamento acelerado faz-nos refletir sobre toda essa tecnologia que experimentamos. É necessário parar e refletir, utilizar de maneira salutar a memória e o pensamento, na linha de construção de coisas melhores:

"Se as pessoas usassem mais racionalmente sua memória, desgastariam menos seu cérebro, acordariam mais dispostas, elogiariam mais o dia que desabrocha, criariam mais oportunidades para conquistar quem amam, para ter gestos únicos, reações inesperadas, atitudes deslumbrantes".(Idem, p. 15)

Assim, importante que o ato de pensar seja feito de forma comedida. O acometido pela síndrome do pensamento acelerado deve esvaziar a sua mente e esquecer um pouco dos problemas. Algumas vezes escrever ou teclar, como estou a fazer aqui, ajuda a descarregar esse peso magnético e poluído de cargas negativas de pensamentos, a que estamos sujeitos todos os dias, introduzidos pelas mídias que frequentamos. Destarte, meditar é algo importante para o que sofre de pensamentos erráticos e inadequados. 

sábado, 23 de maio de 2015

A Crise de 2015

Os tentáculos midiáticos influenciam de maneira relevante a maneira do nosso pensar e de como podemos nos conformar com o "adequado" jogo  da realidade, sem sermos atacados por nossas opiniões diversas. Somos basicamente moldados nessa formatação do consenso, sem crises, mas virtualizando-as, porque a crise é algo que nos é inerente. Isso, contudo, é bem ruim posto que favorece à formação de barreiras na mente, como o medo que pode ser destrutivo se não gerenciado. 

O Empicuros vaticinou a crise que aí está. A financeira dos cortes. Cortam as verbas, aumentam as contas, desemprego aumenta, prejudicam os que precisam e os mais desfavorecidos economicamente sofrem muito mais. Porém, ela já existe desde que o homem é homem através de seu embate com a sua própria existência, com a sua capacidade de subsistência. Deve, assim, ser gerenciada em seus diversos matizes de cores, mesmo que acinzentados, pois existir é melhor do que morrer, mesmo que na miséria!!! 

Gerir a existência não é tarefa fácil para ninguém, mas imaginar a morte é algo bem mais doloroso para os que ficam. Dizem que 6 (seis) pessoas sofrem com a perda de um ente querido. Não é apenas aquela pessoa que se foi, mas parte dessas seis vidas também se acaba nesse episódio terrível. Os que ficam sofrem mais.

Voltando à "vaca fria", a crise é melhor quando focalizada nesse prisma, o da morte. Porque quando a enfrentamos podemos pensar noutras saídas que antes não tínhamos em mente. Isso não significa que somos "acomodados" a ela, mas podemos enxergar algo que está além de nossa percepção. Em momentos de penúria, surge a criatividade e com ela algo de bom acontece. 

Oxalá essas crises que experimentamos tanto na economia quanto em nossa própria existência, no sentido de explicarmos o sentido para tudo isso e para nos conformarmos com o nosso eu, sejam combustíveis para alimentarmos o desejo de viver e de sermos felizes, buscando novas oportunidades além dos horizontes que se nos apresentam.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Casamento: uma armadilha traiçoeira!

As pessoas geralmente pensam em ter um casamento, filhos e uma "vida feliz", como se fosse possível ser feliz ao lado de outra pessoa diferente que não nos entende. Sabemos que a felicidade não é uma coisa impositiva que podemos tomar, como pílulas compradas em farmácias. Ela é algo que imaginamos ser a tal felicidade tão procurada e almejada. De fato, felicidade é uma escolha que fazemos, decidimos por ela e não pela tristeza.

O casamento é uma armadilha porque tende a fazer-nos crer que realmente seremos felizes por termos outra pessoa ao nosso lado. Ocorre, porém, que só estaremos assim se decidirmos por isso. Felicidade não existe, apenas momentos felizes, portanto não adianta jogar com a existência dessa forma. Como se ela dependesse de outra para subsistir nesse plano terreno.

A traição ao nosso eu se identifica quando damos importância altruísta a essa outra pessoa que nos acompanha na jornada do matrimônio. Amar-se é mais importante do que amar ao outro. Nesse ponto, o matrimônio constitui-se numa traiçoeira aventura que pode pôr fim a nossas vidas. Cremos falsamente que ele é uma coisa boa, mas é aparência.

Vivemos num mundo de aparências, porquanto parecer redundou em ser. Ocorre que não é bem assim. O pseudo, o falso, o "fake", traduz-se em um sentimento de falta, de desespero, de abandono e de tristeza. Por aí se vê que o laço nupcial pode significar uma maldição e não uma bênção, como querem nos fazer acreditar as religiões com aqueles dizeres que não é bom que o homem viva só. Contudo, está cada vez mais difícil encontrar pessoas que se comprometam com os votos matrimoniais de amar e respeitar, melhor que se viva só.

Em resumo, casamento não deveria ser almejado por ninguém. Nem objetivo deveria ser, mas consequência de um projeto de vida bem-sucedido e realmente feliz, em que não se privilegie o espetáculo da cerimônia religiosa, mas a vontade dos participantes dessa união. Tem de ser uma coisa meditada e analisada bem antecipadamente. Contudo, o que acontece é que muitos estão casados por mera conveniência, para criar os filhos que nasceram em épocas não desejadas, de maneira confusa, rápida e que, por essa razão, precisam de atenção para que não sejam relegados, esquecidos. Afinal, filho é para sempre, mas casamento acaba um dia.