domingo, 25 de dezembro de 2016

Israel, EUA e Resolução da ONU.

 "Israel convoca embaixadores de países que aprovaram resolução na ONU


25/12/2016, 12:12

O governo israelita está furioso pela aprovação de uma resolução contra os colonatos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém nas Nações Unidas na sexta-feira e anunciou este domingo que vai mandar chamar os embaixadores de todos os países que votaram a favor da resolução, no que é equivalente a um raspanete diplomático. A visita do primeiro-ministro da Ucrânia a Israel foi cancelada porque o país votou a favor.
Rússia, China, Reino Unido, França (membros do Conselho de Segurança), Japão, Angola, Espanha, Uruguai e Egito. Todos os países com representação diplomática em território israelita foram chamados pelo governo no dia de natal por terem aprovado a resolução.
Mas a retaliação israelita, que habitualmente responde em força contra decisões que não lhe são favoráveis, não se fica por aqui. O primeiro-ministro ucraniano tinha uma viagem oficial marcada para a próxima semana, mas o governo israelita cancelou a visita porque o país aprovou a resolução.
Logo na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que os embaixadores de Israel em países como a Nova Zelândia e o Senegal, outros dois países que votaram a favor da resolução, foram mandados regressar a Israel, um sinal de corte de relações entre os países. Mas a decisão não se ficou por aqui. Neste caso, Israel anunciou que irá aplicar sanções econômicas contra estes dois países.
Este domingo, depois da reunião do governo israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que o seu gabinete está a desenhar um plano de ação para responder à resolução.
“Faremos tudo o que for preciso para que Israel saia ileso desta decisão vergonhosa”, afirmou o primeiro-ministro israelita, citado pelo New York Times.
O embaixador dos Estados Unidos não foi chamado, porque a representante dos EUA nas Nações Unidas não votou a favor, apenas se absteve. Mas foi precisamente a abstenção de Samantha Power que permitiu a aprovação da resolução, uma resolução histórica depois de décadas de proteção dos EUA a Israel nas Nações Unidas.
As relações entre os dois países durante a administração de Barack Obama têm sido tensas. O ponto mais complicado desta relação, até à aprovação desta resolução, aconteceu quando Benjamin Netanyahu viajou numa visita oficial aos Estados Unidos e discursou no Congressos dos EUA a convite dos republicanos, sem coordenar a visita com a sala oval e sem o acordo da administração Obama.
Depois de aprovada a resolução, Netanyahu atirou-se à administração de Obama, a quem acusou de se aliar a quem odeia os israelitas. Donald Trump, presidente eleito que assume o cargo a 20 de janeiro, já disse que está contra esta decisão e que está do lado de Israel". 
Interessante notar como os EUA tiraram o "corpo fora" desta questão, justamente no fim do mandato do presidente Barack Obama. Tendo poder de veto diante do Conselho de Segurança, os EUA tomaram uma atitude um tanto suspeita diante da questão.
O próximo mandatário dos EUA já se pronunciou contra tal resolução, a qual determina o fim imediato e completo das atividades dos colonos, em território palestino ocupado, inclusive Jerusalém oriental. Determina que tal ocupação é ilegal sob a ótica do direito internacional.
Esse fato faz-nos refletir sobre as relações entre Israel e EUA, basicamente "irmãos siameses". Muita cumplicidade foi observada ao longo das décadas, acerca dos crimes internacionais cometidos por ambos em que diversas vezes militavam contra as leis de guerra vigorantes. Juntos e "amigos para sempre".
É com espanto e surpresa que os EUA não tenham vetado tal deliberação, traindo o seu comparsa Israel. 
Aguardemos os dias seguintes ao da data da posse do megaempresário, 20/01/2017, se haverá mudanças nesse tocante.

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