quinta-feira, 1 de maio de 2014

DIA DO TRABALHO E GERAÇÃO PERDIDA!

Estamos no dia do trabalho, o primeiro dia de maio, parabéns aos que estão trabalhando, porém podemos constatar que esse dia não é especial para aqueles que ainda não conseguiram o seu espaço no mercado de trabalho. Refiro-me à "geração perdida", termo cunhado para ilustrar o desemprego vivenciado pela maioria dos jovens que habitam o globo terrestre.

Historicamente, esse dia deve se reportar às lutas do operariado diante do potentado, dos senhores dos meios de produção. Sendo a "mais valia" o seu fundamento, o estopim desses descontentamentos. Direitos trabalhistas conquistados pelas revoltas de trabalhadores na Europa e nos EUA, mas no Brasil o que ocorreram foram concessões de um governo ditatorial (Getúlio Vargas).

A geração perdida (confundida com o termo adicta=viciada em tecnologia e, por isso, alienada) é contemporânea da tecnologia, das "facilidades" (paradoxalmente, nunca foi tão difícil conseguir emprego como nos dias atuais, mesmo com qualificação, há pessoas que simplesmente são esquecidas pelo mercado laboral), dos meios midiáticos e tantos outros incrementos que fica difícil citar, porquanto inúteis para a resolução do problema de escala global, o desemprego.

O direito do trabalho não resolve essse problema, como o direito criminal não resolve o problema da criminalidade, porque direito não é panacéia, apenas tenta contingenciar situações que passam a afetar indivíduos (trabalhadores), determinados ou não, para que esses não saiam tão prejudicados. No âmbito trabalhista, são as verbas trabalhistas que tentam coibir o desemprego e a voracidade do patrão, no sentido de que não possa demitir ao mero sabor sem receber uma sanção por isso (pagar as verbas resilitórias) decorrentes de demissões sem justa causa em franco desrespeito aos artigos 482 e 483 da CLT.

Ademais, a demissão por justa causa, art. 482 da CLT, serve para demonstrar que o empregado não tem respeito ao trabalho que reliza ou ao empregador e o art. 483, demonstra que este não respeita os direitos dos trabalhadores. A solução é a rescisão indireta desses que tiveram seus direitos solapados pela insensatez daquele.

Estamos no dia do trabalho, do trabalhador, mas o dia da geração perdida são todos os dias. Nesse passar de tempo acelerado, milhões de jovens, há quem diga bilhões, acordam sem emprego, sem expectativas e com muitos problemas.

É bom que aqueles que pensam somente em si, que possuem seus empregos, que olham somente para o seu úmbigo, não esqueçam que a PEA (População Economicamente Ativa) não é a única que existe. Há muitas, muitas mesmo, pessoas desempregadas e que precisam de uma solução para seu problema, desemprego.

Necessário que os detentores dos meios de produção acordem para o fato "geração perdida" e estabeleçam uma conexão com a realidade. Se há poder e esse está nas mãos de uma minoria que não quer abrir "portas" aos desempregados, então a solução não se dará por concessões como no Brasil, mas por revoltas, no sentido de identificar esses poderosos, exigir posições deles acerca do problema e reivindicar do meio social o que lhes foi roubado, a dignidade, haja vista que "o trabalho dignifica o homem"(?) 

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