sábado, 16 de setembro de 2017

Sobrevivencialismo no Fim dos Tempos!

Há um imenso reforço midiático anunciando o fim dos nossos dias aqui neste Planeta Azul! Nesta linha seguem os seriados televisivos, filmes apocalípticos, noticiários, na rede mundial de computadores e um monte de hoaxes que prenunciam o fim.

Não se sabe ao certo o que é verdade nessa salada, se a arte imita a vida ou se esta imita aquela na medida em que espalha as sensações de medo e de insegurança. As questões envolvendo a Coréia do Norte, a Rússia e os EUA, bem como a crise generalizada espalhada em nosso país, faz-nos crer no pior.

O sobrevivencialismo capacita aos comuns a manterem-se vivos diante das adversidades de uma situação caótica, avessa ao comum observado. Simula o indivíduo que sobrepuja a sociedade. A parte sobre o todo. Ainda que todas as evidências apontem que o todo prevalece à parte, já que 

"o homem (homo sapiens) não é produto da natureza, mas resultado do convívio com outros homens. Por isso, apesar de sua sociabilidade, há nele, sempre, algo de próprio, tipicamente individual, que não se dissolve no social, nem se torna comum. Assim, não é possível negar que o homem jamais se despe, por completo, de seus instintos egoístas, motivo pelo qual não se consegue apagar, nem mesmo superar, a sua inclinação, muito natural, de fazer prevalecer os seus interesses quando em confronto com os seus semelhantes."(MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do Fato Jurídico: Plano da Existência. 10º ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 40).

Qual seria o objetivo do homem, nesta grande selva de pedra, se ele não pode ou não consegue acreditar nas informações que lhe são transmitidas diariamente?

Estamos vivenciando uma era sem precedentes na história da humanidade. Uma esquizofrenia coletiva que nos faz reféns das conhecidas barreiras da mente aqui já expostas, tais como o medo, este na sua forma líquida, consoante lições de Zygmunt Bauman. Não sabemos porque estamos amedrontados, mas ele, o medo, é tão real quanto moedas falsificadas de modo grosseiro. Contudo, falta-nos o discernimento.

Mentiras são espalhadas de forma inescrupulosa por meios de comunicação que deveriam se comprometer com a ética e com fontes fiáveis, já que a Constituição veda o anonimato, mesmo que se resguarde o sigilo da fonte, mas o que se verifica é a utilização arbitrária do engodo para vender mentiras. Notícias fabricadas por pessoas ambiciosas e que não estão comprometidas com a ética ou com a informação verdadeira, o anúncio dos fatos como eles realmente ocorreram.

Ainda que a teoria realista das relações internacionais apregoe que a "paz é um interregno entre guerras" e que a guerra é inevitável, não é possível acreditar no falatório insano que se nos apresenta, por ocasião de o arranjo social, as trocas globais, serem amplamente difundidas e as tensões serem muito mais regionais ou locais do que o inverso.

A Coréia do Norte apenas quer preservar o seu regime ditatorial e, por essa razão, faz ameaças. Parece "aquele cão que ladra, mas não morde", ainda que soe, num cenário internacional, algo como o prenúncio de uma guerra, mas que de fato é um mecanismo de defesa.

Essa distorção da verdade fabrica pessoas inseguras, fortalece o medo e a falta de segurança. Assim, muitos estão a crer no fim dos tempos. Vendem as coisas que possuem, para construírem bunkers e se protegerem da radiação a ser trazida, sabe-se lá quando, pelas ogivas nucleares, em uma suposta 3ª Guerra Mundial que jamais ocorrerá! 

Desta forma, o mercado do  "terrorismo" fabricado pela mídia consegue fazer com que  os empreendedores do sobrevivencialismo enriqueçam, em detrimento dos "trouxas", incautos, enganados pelo falatório insano do "fim dos tempos"!

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